segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A vocação de Santo Antão

Por Santo Atanásio (Sec. IV)


Depois da morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma única irmã ainda pequena, Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.

Mal haviam passado seis meses desde o falecimento dos pais, indo um dia à igreja, como de costume, refletia consigo mesmo sobre o motivo que levara os apóstolos a abandonarem tudo para seguir o Salvador; e por qual razão aqueles homens de que se fala nos Atos dos Apóstolos vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos para ser distribuído entre os pobres. Ia também pensando na grande e

maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos céus. Meditando nestas coisas, entrou na igreja no exato momento em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico: Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres. Depois vem e segue-me, e terás um tesouro no céu (Mt 19,21).


Antão considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele. Logo que voltou da igreja, repartiu com os habitantes da aldeia as propriedades que herdara da família (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis) para que não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia que obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa da irmã.


Entrando outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: Não vos preocupeis com o dia de amanhã (Mt 6,34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que restara, deu-o aos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no Mosteiro. Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa.


Trabalhava com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura: Quem não quer trabalhar, também não deve comer (1Ts 3,10). Com uma parte do que ganhava comprava o pão que comia; o resto dava aos pobres.


Rezava continuamente, pois aprendera que é preciso rezar a sós sem cessar (1Ts 5,17). Era tão atento à leitura que nada lhe escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que sua memória acabou por se substituir aos livros.


Todos os habitantes da aldeia e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um homem assim, chamavam-no amigo de Deus; uns o amavam como a filho, outros como a irmão.


Extraído de http://liturgiadashoras.org/oficiodasleituras/santoantao.html

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O NATAL CONTINUA


Por: Juliana Leal Micheletti*

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” Jo 1,14

Nascer! O que é nascer? Se consultarmos o dicionário1 podemos dizer que significa: Começar a ter vida exterior; vir à luz, sair do ovo ou do ventre materno. Vir por geração; descender: Nascer de estirpe. Proceder, provir, derivar, entre tantos outros significados. Jesus disse a Nicodemos (Jo 3, 1-21) precisamos nascer de novo, Nicodemos ficou espantado: Como isto é possível?

Eis o Natal, grande oportunidade de nascer de novo, de abraçar a graça doada pelo Menino Jesus que nos revelou Deus Pai e se fez nosso irmão. Nascer de novo, pelo Espírito de Deus – isto é puro dom! Nascer, renascer e viver para o bem, para a paz, para a caridade. Certamente esta é a nossa missão e a nossa vocação, morrer para o mundo, nascer para Deus, com Jesus. Agora a manjedoura é outra, é o coração, é abertura total que se entrega ao mistério da beleza do Verbo encarnado.

Imagine só, o Menino Jesus, naquela noite feliz, dormindo em paz, Ele, o Príncipe da Paz, que pode fazer da nossa vida um constante Céu, que pode atenuar qualquer dor, acalentar todas as almas e possibilitar o experimento da verdadeira serenidade, que ninguém pode tirar.

JESUS no seio da Sagrada Família, uma criança amada, um Salvador Menino que nos ensina a ter um coração de criança.

Que o nosso Natal nos prepare para os desafios do cotidiano, para uma confiança plena em Nosso Deus, pois para Ele nada é impossível. Que o nosso Natal seja cultivar a paz, promover a união, adorar ao Santíssimo Sacramento, realizar a caridade, perdoar o próximo, perdoar a nós mesmos e esperar, pela maior festa das festas: A Páscoa! Que possamos, sim, viver o nascimento de Cristo para com Ele caminhar na trilha do Eterno Amor, para sermos ressuscitados por Ele.

Quão maravilhoso é ser filho de Deus e perceber a manifestação deste amor tão grandioso que se faz homem, que se faz pão, que se faz Natal, que se faz ressurreição. Quão admirável é que a Família perfeita – Santíssima Trindade – nos ensine que o santuário da vida está em nossas casas, no olhar de cada pessoa da nossa família. E o mais surpreendente de tudo é saber que tem gente que ainda não tomou posse! Não correu para o abraço de Deus e deixou o Natal passar.

Para este caso, há de se saber, Deus está esperando, para colocar o anel no seu dedo – uma aliança de amor, para colocar a sandália nos seus pés (Lc 15,11-32), e atenuar os desafios da sua vereda; e para dizer que o Natal existe, que o Natal continua...

Cristo vive! Aleluia!

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* Leiga, licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB e especialista em Pedagogia Empresarial, pela Universidade Cândido Mendes – UCAM. Contato: juliana_micheletti@msn.com

1- REFERÊNCIA:
Significado de nascer: Dicionário online Michaelis.
Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=nascer. Acesso dez/2010.