segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cantai a Deus com arte e com júbilo

Louvai o Senhor com a cítara, na harpa de dez cordas Salmodiai! Cantai-lhe um cântico novo! (Sl 32,2.3). Despojai-vos da velhice; conhecestes um cântico novo! Novo homem, nova aliança, novo cântico. O cântico novo não pertence aos homens velhos. Somente o aprendem os homens novos, renovados da velhice pela graça e já pertencentes à nova aliança, que é o reino dos céus. Por ele anseia todo o nosso amor e canta um cântico novo. Cante o cântico novo não a língua mas a vida.

Cantai-lhe um cântico novo, cantai bem para ele! Alguém pergunta como cantar para Deus. Canta para ele, mas não cantes mal. Ele não quer que seus ouvidos sejam molestados. Cantai bem, irmãos. Diante de um musicista de bom ouvido, dizem-te para cantar de modo que lhe agrade. Ora se não foste instruído na arte musical,temes cantar para não desagradar ao artista. Não sabendo que és ignorante, ele te repreenderá. Quem se oferecerá para cantar bem a Deus, a ele que de tal modo julga o cantor, de tal modo examina tudo, de tal modo sabe escutar? Quando poderás apresentar um canto com tanta arte que absolutamente em nada desagrades aos ouvidos perfeitos?

Eis que ele te dá um modo de cantar: não procures palavras, como se pudesses explicar aquilo com que Deus se deleita. Canta na jubilação. É isto cantar bem para Deus, cantar na jubilação. O que é cantar no júbilo? Escuta, não se pode expressar por palavras aquilo que se canta no coração. De fato, aqueles que cantam seja na ceifa, seja na vinha, seja em qualquer outro trabalho cheio de ardor, começam com palavras de cantigas a exultar com alegria; depois, a alegria é tanta que já não podem dizê-la, então abandonam as sílabas das palavras e deixam-se levar pelo som do júbilo.

Júbilo é um som a significar que do coração brota algo impossível de se expressar. E quem merece esta jubilação, a não ser o Deus inefável? É inefável o que não podes falar. E se não o podes falar e não deves calar-te, o que te resta senão jubilar? Alegre-se o coração sem palavras, e a imensidão das alegrias não conheça o limite das sílabas. Cantai para ele com arte e com júbilo (cf. Sl 32,3).


Santa Cecília, Padroeira da Música Sacra


Santa Cecília pertencia à nobreza de Roma. Desde menina foi cristã e trazia em seu peito escondido as doutrinas do Evangelho de Jesus Cristo e não cessava de dia nem de noite de orar e de se conservar unida com Deus, encomendando-lhe sua virgindade. Foi desposada com um moço nobre chamado Valeriano. Vindo o dia do Casamento e soando os órgãos e outros instrumentos músicos, rezava ela em seu coração: “Seja, Senhor, o meu coração e o meu corpo sem mácula”. Com a promessa de lhe mostrar visivelmente o anjo da guarda, conseguiu Cecília que Valeriano fizesse a sua vontade conservando-lhe a virgindade e deixando-se batizar. Valeriano não só viu o anjo, mas mereceu igualmente a palma do martírio.
Santa Cecília foi proclamada padroeira da Música Sacra, porque já em vida aproveitou-se desta arte sublime somente para elevar a mente a Deus. Aprendamos a usar da música e de todas as belas artes, não para afastar, mas para aproximar-nos de Deus.

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Mulher Católica

sábado, 19 de novembro de 2011

Venha o teu reino

O Reino de Deus, conforme as palavras de nosso Senhor e Salvador, não vem visivelmente, nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo ali; mas o reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc 16,21), pois a palavra está muito próxima de nossa boca e em nosso coração (cf. Rm 10,8). Donde se segue, sem dúvida nenhuma, que quem reza pedindo a vinda do reino de Deus pede - justamente por ter em si um início deste reino - que ele desponte, dê frutos e chegue à perfeição.


Pois Deus reina em todo o santo e quem é santo obedece às leis espirituais de Deus, que nele habita como em cidade bem administrada. Nele está presente o Pai e, junto com o Pai reina Cristo na pessoa perfeita,

segundo as palavras: Viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23).


Então o reino de Deus, que já está em nós, chegará por nosso contínuo adiantamento à plenitude, quando se completar o que foi dito pelo Apóstolo: sujeitados todos os inimigos, Cristo entregará o reino a Deus e Pai, a fim de que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Cor 15,24.28). Por isto, rezemos sem cessar, com aquele amor que pelo Verbo se faz divino; e digamos a nosso Pai que está nos Céus: Santificado seja teu nome, venha o teu reino (Mt 6,9-10). obedece às leis espirituais de Deus, que nele habita como em cidade bem administrada. Nele está presente o Pai e, junto com o Pai reina Cristo na pessoa perfeita, segundo as palavras: Viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23).


É de se notar também a respeito do reino de Deus: da mesma forma que não há participação da justiça com a iniquidade nem sociedade da luz com as trevas nem pacto de Cristo com Belial.

(cf. 2 Cor 6,14-15), assim o reino de Deus não pode substituir junto com o reino do pecado.


Por conseguinte, se queremos que Deus reine em nós, de modo

algum reine o pecado em nosso corpo mortal (Rm 6,12), mas mortificaremos nossos membros que estão na terra (cf. C1 3,5) e produzamos fruto no Espírito. Passeie, então, Deus em nós como em paraíso espiritual, e reine só ele, junto com seu Cristo; e que em nós se assente à destra de sua virtude espiritual, objeto de nosso desejo. Assente-se até que seus inimigos todos que existem em nós sejam reduzidos a escabelo de seus pés (S1 98,5), lançados fora todo principado, potestade e virtude.


Tudo isto pode acontecer a cada um de nós e ser destruída a última inimiga, a morte (1 Cor 15,26). E Cristo diga também dentro de nós: Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, inferno, tua vitória? (1 Cor 15,55;cf. Os 13,14). Já agora, portanto, o corruptível em nós se revista de santidade e de incorruptibilidade, destruída a morte, vista a imortalidade paterna (cf. 1 Cor 15,54), para que, reinando Deus, vivamos dos bens do novo nascimento e da ressurreição.


Do Opúsculo sobre a oração, de Orígenes, presbítero(Século III D.C)

www.liturgiadashoras.org/oficiodasleituras/cristorei.html