terça-feira, 13 de março de 2012

QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS (II)

a) A Celebração em comum (II)
É função dos que receberam a ordem sagrada ou que foram investidos de particular missão canônica, convocar e dirigir a oração da comunidade: "Trabalhem para que todos os que se encontram sob seus cuidados vivam unânimes na oração"(CD 15). Cuidem, pois, de convidar os fiéis e formá-los com a devida catequese para a celebração comunitária das principais partes da Liturgia das Horas, sobretudo nos domingos e festas. Ensinem-lhes a dela participarem de modo a fazerem autêntica oração. Por isso, ajudem-nos com a devida instrução a entenderem o sentido cristão dos salmos, de sorte que, pouco a pouco, sejam levados a maior gosto e prática na oração da Igreja.

As comunidades de cônegos, monges, monjas e outros religiosos que, em virtude da Regra ou das Constituições, recitam a Liturgia das Horas na íntegra ou em parte, quer em comum quer em rito particular, representam de modo especial a Igreja orante. Com efeito mostram mais plenamente a imagem da Igreja que, sem cessar e em que se uníssono, louva ao Senhor. Elas cumprem, particularmente mediante a oração, o dever de "colaborar na edificação e progresso de todo o Corpo Místico de Cristo e no bem das igrejas particulares" (CD 33). Isso vale sobretudo para os que que se dedicam à vida contemplativa.

Os ministros sagrados e todos os clérigos, que não estejam obrigados por outros motivos à celebração comunitária, quando vivem em comunidade ou se reúnem, procurem celebrar em comum pelo menos alguma parte da Liturgia das Horas, sobretudo Laudes e Vésperas.

Aos religiosos de ambos os sexos e aos membros de qualquer Instituto de perfeição não obrigados à celebração comunitária, recomenda-se encarecidamente que se reúnam entre si ou com o povo, para celebrarem juntos essa Liturgia, ao menos em parte.

Os grupos de leigos, em qualquer lugar em que se encontrem reunidos, são convidados a cumprir essa função da Igreja, celebrando parte da Liturgia das Horas, seja qual for o motivo pelo qual se reuniram: oração, apostolado ou qualquer outra razão. Convém que aprendam a adorar a Deus Pai em espírito e verdade, antes de tudo na ação litúrgica, e tenham sempre presente que, mediante o culto público e a oração, atingem toda a humanidade e podem fazer muito pela salvação de todo o mundo.

Finalmente, convém que a família, qual santuário doméstico da Igreja, não apenas reze a Deus em comum, mas celebre além disso algumas partes da Liturgia das Horas segundo pareça oportuno, inserindo-se com isso mais intimamente na Igreja.


IGLH 23-27: http://liturgiadashoras.org/instrucao.html

domingo, 4 de março de 2012

QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS (I)

a) Celebração comunitária (I)

A Liturgia das Horas, como as demais ações litúrgicas, não é ação particular, mas algo que pertence a todo o corpo da Igreja e o manifesta e atinge. O caráter eclesial de sua celebração aparece principalmente quando é realizado pela Igreja particular, o que aliás se recomenda de modo especial. É de fato na Igreja particular, com seu bispo, rodeado por seus presbíteros e ministros, que "está verdadeiramente e opera a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo"(CD 11). Embora não estando presente o bispo, o cabido de cônegos ou presbíteros outros, tal celebração deve sempre ser feita, considerando a realidade das horas e, quanto possível, com participação do povo. Isso vale também para os cabidos colegiados.

Celebrem as Horas principais, se possível comunitariamente na igreja, os demais grupos de fiéis. Entre eles se destacam as paróquias, por serem células da diocese, governadas localmente por um pastor que faz as vezes do bispo, e que "de algum modo representam a Igreja visível estabelecida por toda a terra" (SC 42).

Portanto, quando os fiéis são chamados à Liturgia das Horas, e se reúnem, unindo seus corações e vozes, manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo. (IGLH 20-22)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Que a mente concorde com a voz

Para que essa oração seja algo próprio de cada um dos que nela participam, e se torne fonte da piedade e da multiforme graça divina, e alimento da oração individual e da ação apostólica, é preciso que nela a mente concorde com a voz, celebrando-a com dignidade, atenção e devoção. Todos cooperem com a graça divina, para não a receberem em vão. Buscando a Cristo e penetrando cada vez mais intimamente em seu mistério mediante a oração, louvem a Deus e façam súplicas com a mesma intenção que o divino Redentor orava. (IGLH 19)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ápice e fonte da atividade pastoral

Portanto, aqueles que tomam parte na Liturgia das Horas fazem crescer o povo do Senhor, através de misteriosa fecundidade apostólica. Pois, o objetivo da atividade apostólica é "que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Batismo se reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício, e se alimentem da Ceia do Senhor" (SC 10).

Desse modo, os fiéis expressam pela vida e manifestam aos demais "o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja, que se caracteriza por ser... visível, mas ornada de dons invisíveis, operosa na ação e devotada à contemplação, presente no mundo e, no entanto, peregrina" (SC 2).

Por sua vez, as leituras e preces da Liturgia das Horas são fonte de vida cristã. Esta se alimenta na mesa da Sagrada Escritura e com as palavras dos Santos, e se fortalece com as preces. Porque somente o Senhor, sem o qual nada podemos fazer, é quem pode, a nosso pedido, dar eficácia e incremento às nossas obras, para que nos edifiquemos cada dia como templos de Deus no Espírito, até alcançarmos a estatura de Cristo em sua plenitude e ao mesmo tempo, robustecermos nossas forças, a fim de anunciarmos Cristo aos que se encontram de fora. (IGLH, 18)












quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Súplica e intercessão

Na Liturgia das Horas, além de louvar a Deus, a Igreja transmite a ele os sentimentos e desejos de todos os fiéis cristãos. Mais ainda: pede a Cristo, e por ele ao Pai, pela salvação do mundo inteiro. Essa voz não é somente da Igreja, mas também do próprio Cristo, já que as petições se fazem em nome de Cristo, ou seja, "por Nosso Senhor Jesus Cristo". Assim a Igreja prolonga aquelas preces e súplicas que Cristo expressou nos dias de sua vida mortal. Daí sua eficácia sem par. Desse modo, a comunidade eclesial exerce verdadeira maternidade para com as pessoas que deve conduzir a Cristo, não apenas pela caridade, o exemplo e as obras de penitência, mas também pela oração.

Isso aplica-se principalmente a todos aqueles a quem de modo especial se confiou a celebração da Liturgia das Horas, a saber: os bispos, presbíteros e diáconos, que por força do próprio ministério são constituídos como orantes em prol de sua grei e de todo o povo de Deus, como também os religiosos. (IGLH 17)

http://liturgiadashoras.org/IGLH.html

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Louvor prestado a Deus, em união com a Igreja celeste

Na Liturgia das Horas, a Igreja, exercendo "sem cessar" a função sacerdotal de sua Cabeça, oferece a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que glorificam o seu nome.

Esta oração é "a voz da Esposa que fala ao Esposo, e também a oração que o próprio Cristo, unido ao seu Corpo, eleva ao Pai”(SC 84). "Por conseguinte, todos os que desempenham esta função, não somente satisfazem ao ofício da Igreja, mas também participam da honra suprema da Esposa de Cristo, pois estão, em nome da Mãe Igreja, diante do trono de Deus, cantando os louvores divinos" (SC 85).

Mediante o louvor tributado a Deus nas Horas, a Igreja se associa àquele hino de louvor que se canta por todo o sempre nas habitações celestes. Ao mesmo tempo antegoza daquele louvor celeste descrito por João no Apocalipse e que ressoa ininterruptamente diante do trono de Deus e do Cordeiro. Nossa íntima união com a Igreja celeste realiza-se efetivamente quando, "em comum exultação, cantamos os louvores à divina majestade, e todos, redimidos no sangue de Cristo, vindo de toda tribo, língua, povo e nação (cf. Ap 5, 9), congregados numa só Igreja, num só cântico de louvor, engrandecemos ao Deus Uno e Trino" (LG 50)

Esta liturgia celeste foi anunciada pelos profetas como vitória do dia sem noite, da luz sem trevas: "Para ti, o sol não mais será para luzir de dia, nem a luz da lua para iluminar, mas o próprio Senhor será tua luz eterna" (Is 60,19; cf. Ap 21,23.25). "Será um só dia contínuo, só conhecido do Senhor, sem divisão de dia e noite; ao cair da tarde, haverá luz" (Zc 14,7). Contudo, "a era final do mundo já chegou até nós (cf. 1Cor 10,11) e a renovação do mundo foi irrevogavelmente decretada e, de certo modo real, já antecipada no tempo presente" (LG 48). Pela fé, somos de tal maneira instruídos sobre o sentido da nossa vida temporal, que junto com toda a criação, aguardamos a revelação dos filhos de Deus. Na Liturgia das Horas proclamamos essa fé, expressamos e alimentamos essa esperança, e, em certo sentido, já participamos daquela alegria do louvor perene e do dia que não conhece ocaso.

Extraído de da Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (http://liturgiadashoras.org/instrucao.html)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Santificação do homem

Na Liturgia das Horas efetua-se a santificação do homem e presta-se culto a Deus, de tal maneira que nela se estabelece uma espécie de intercâmbio ou diálogo entre Deus e os homens pelo qual "Deus fala ao seu povo... e o povo responde a Deus com cantos e orações" (SC 33).

Os participantes da Liturgia das Horas dela hão de haurir, sem dúvida, copiosíssima santificação, por meio da salutar palavra de Deus, que tanta importância tem nela. As leituras são tiradas da Sagrada Escritura que, as palavras de Deus transmitidas nos salmos são cantadas em sua presença, e por sua inspiração e impulso elevam-se outras preces, orações e hinos.

Portanto, não somente quando se lê "tudo que outrora foi escrito para nossa instrução" (Rm 15,4), mas também quando a Igreja ora ou canta, alimenta-se a fé dos participantes, e seus pensamentos se dirigem a Deus, para lhe prestarem um culto espiritual e receberem copiosamente a sua graça.


Extraído de http://liturgiadashoras.org/IGLH.html

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Exercício da função sacerdotal de Cristo na Liturgia das Horas

Por meio da sua Igreja, Cristo exerce "a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus"(SC 5), no Espírito Santo. E isto, não somente na celebração da Eucaristia e na administração dos Sacramentos, mas também, e de preferência a outras formas, na celebração da Liturgia das Horas (SC 83 e 98). Nela Cristo está presente quando a assembléia está reunida, quando é proclamada a palavra de Deus, quando a Igreja ora e salmodia (SC 7).

Extraído da IGLH 13 http://liturgiadashoras.org/instrucao.html

domingo, 29 de janeiro de 2012

Relação entre a Liturgia das Horas e a Eucaristia

A Liturgia das Horas estende pelas diversas horas do dia os louvores e ações de graças, como também a memória dos mistérios da salvação, as petições e aquele antegozo da glória celeste, contidos no mistério eucarístico, "centro e ápice de toda a vida da comunidade cristã" (SC 5).

A própria celebração da Eucaristia tem por sua vez, na Liturgia das Horas, a sua melhor preparação; porquanto esta desperta e alimenta da melhor maneira as disposições necessárias para celebrar com proveito a Eucaristia, quais são a fé, a esperança, a caridade, a devoção e o espírito de sacrifício.

Extraído da IGLH 12
http://liturgiadashoras.org/


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A LITURGIA DAS HORAS

Consagração do tempo

Cristo estabeleceu que "é preciso orar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1). Por isso a Igreja, atendendo fielmente a essa exortação, jamais cessa de elevar suas preces, e nos exorta com estas palavras: "Por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor" (Hb 13,15). Esse preceito se cumpre, não apenas pela celebração da Eucaristia, mas também por outras formas, de modo particular a Liturgia das Horas.

Segundo antiga tradição cristã, ela tem a característica, entre as demais ações litúrgicas, de consagrar todo o curso do dia e da noite.(cf. SC 83-84)

Como a santificação do dia e de toda a atividade humana é finalidade da Liturgia das Horas, o seu curso foi de tal modo reformado que cada Hora voltou tanto quanto possível ao seu verdadeiro momento, levando-se ao mesmo tempo em conta as condições da vida moderna. (SC 88)

Por isso, "tanto para realmente santificar o dia, quanto para recitar com fruto espiritual rezar as mesmas Horas, é bom que na recitação se observe o tempo que mais se aproxime do momento verdadeiro de cada Hora canônica”.(SC 94)

IGLH 10-11 (texto completo em http://liturgiadashoras.org/IGLH.html)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Índole comunitária da oração

O exemplo e o preceito do Senhor e dos Apóstolos, de orar sempre e com insistência, não devem ser considerados como regra meramente legal, mas derivam da essência íntima da própria Igreja, que é comunidade e deve expressar seu caráter comunitário também ao orar. Por isso, nos Atos dos Apóstolos, quando pela primeira vez se fala da comunidade dos fiéis, esta aparece reunida em atitude de oração, "junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus e com os irmãos de Jesus” (At 1,14). "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma" (At 4,32). Sua unanimidade se apoiava na palavra de Deus, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia.

Mesmo a oração no quarto, a portas fechadas, sempre necessária e recomendável, os membros da Igreja a fazem por Cristo no Espírito Santo. Mas a oração da comunidade tem dignidade especial, já que o próprio Cristo disse: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles" (Mt 18,20).

IGLH, 8 - texto completo em http://liturgiadashoras.org/IGLH.html