quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Ordinário da Liturgia das Horas

A definição de Ordinário é aquela mesma que está nos dicionários:  "Aquilo que está na ordem das coisas habituais; comum, useiro, vulgar; costumado, normal, periódico, regular; frequente; igual ao maior número."  Na liturgia "é o Livro que indica o modo de recitar os Ofícios Divinos." (Michaelis Online). 

Seguindo esta definição, o Ordinário da Liturgia das Horas descreve, na ORDEM, as ações a serem seguidas em cada parte do Ofício Divino, tornando-se, assim, um manual de instruções um pouco mais prático do que a Instrução Geral. Recomenda-se aos iniciantes uma consulta frequente ao Ordinário.

Além de descrever as ações de cada ofício, o Ordinário contém os textos que se repetem em cada oração. Desta forma, enquanto não forem decorados, será sempre necessário recorrer ao Ordinário para recitar, entre outros, esses textos: 
  • Antífonas e o Salmo Invitatório (somente na "Liturgia das Horas);
  • Versículos introdutórios;
  • O Cântico Evangélico - o Benedictus, nas Laudes e o Magnificat, nas Vésperas;
  • As diferentes formas do Glória ao Pai... quando cantado;
  • As monições para o Pai-nosso;
  • As versões em latim do Cântico Evangélico e do Pai-nosso (somente na "Liturgia das Horas);
  • A Conclusão da Hora;
  • Os Hinos da Hora Média;
  • Os Hinos, a Conclusão e as Antífonas finais das Completas.
Paz e bem a todos!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Um Canto para a Noite










"Deixai, agora, vosso servo ir em paz,  
conforme prometestes, ó Senhor."


Paz é o que queremos ao dormir, Senhor
suspirar fundo com a brisa da noite
sem vãs preocupações, lembrar das santas promessas...

"Pois meus olhos viram vossa salvação  
que preparastes ante a face das nações"

Sim, vimos tua presença nas batalhas do dia
nos milagres da vida de hoje
enxergamos teu amor redentor nas entrelinhas do nosso percurso...

"uma Luz que brilhará para os gentios  
e para a glória de Israel, o vosso povo."

Esperamos amanhã o novo dia
no qual teu povo refletirá tua luz 
e o mundo inteiro compreenderá tua justiça.


...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O “Próprio do Tempo”

Para cada TEMPO litúrgico existem partes que lhe são específicas, únicas, que lhe dão identidade PRÓPRIA ou lhe são aPROPRIAdas. Por isso, no Advento, os textos lá contidos nos lembram da vinda do Senhor em breve; no Natal, nos testemunham sua presença no meio de nós; na Quaresma, nos convidam à penitência e à conversão; na Páscoa, festejam a ressurreição de Cristo e sua obra de redenção, e, no Tempo Comum, reverberam o anúncio do Evangelho do Reino.

Quanto ao uso dos Livros nestes Tempos Litúrgicos, segue um resumo para ajudar aqueles que encontram dificuldades nas alternâncias de páginas:

DOMINGOS DO TEMPO COMUM
  1.   Nas Laudes e Vésperas, segue-se tudo como está no SALTÉRIO até o Cântico Evangélico;
    1.1. Recite-se as antífonas do Cântico Evangélico indicadas PRÓPRIO DO TEMPO e o Cântico Evangélico específico no ORDINÁRIO;
    1.2.  Retorne para o SALTÉRIO para as preces;
    1.3. A Oração Conclusiva encontra-se no PRÓPRIO DO TEMPO.
  2. No Ofício das Leituras, segue-se tudo como está no SALTÉRIO até as leituras indicadas no PRÓPRIO DO TEMPO.
  3. Na Hora Média, segue-se tudo como está no SALTÉRIO até a oração conclusiva, que está indicada no PRÓPRIO DO TEMPO.
DIAS DE SEMANA DO TEMPO COMUM
  • No Ofício das Leituras, segue-se tudo como está no SALTÉRIO até as leituras indicadas no PRÓPRIO DO TEMPO.
  • Nas Laudes, Vésperas e Hora Média tudo está indicado no SALTÉRIO, não sendo necessário recorrer ao PRÓPRIO DO TEMPO.
DOMINGOS DO ADVENTO, DA QUARESMA E DA PÁSCOA; DIAS DA SEMANA SANTA ATÉ A QUINTA-FEIRA
  1. Após a introdução, toma se o hino próprio, indicado no PRÓPRIO DO TEMPO, no início de cada Tempo;
  2. Em seguida reza-se os Salmos como as antífonas. Na Liturgia das Horas em quatro volumes, as antífonas já estão indicadas no SALTÉRIO. Os que usam a edição compacta da “Oração das Horas”, porém, terão que buscá-las no PRÓPRIO DO TEMPO, fazendo a leitura alternada entre uma e outra parte do livro.
  3.  Após a salmodia, segue-se tudo como está no PRÓPRIO DO TEMPO, lembrando que nas Laudes e Vésperas deve-se buscar o Cântico Evangélico específico no ORDINÁRIO.

DIAS DE SEMANA DO ADVENTO, DA QUARESMA E DA PÁSCOA
  1. Reza-se como está no SALTÉRIO até a leitura;
  2.  A partir da leitura, segue-se tudo como está no PRÓPRIO DO TEMPO, observando-se o que foi dito acima sobre o Cântico Evangélico.
TEMPO DO NATAL

Este parece ser o tempo mais complexo para os iniciantes, tendo em vista as inúmeras alternâncias do PRÓPRIO DO TEMPO com o SALTÉRIO e o PRÓPRIO DOS SANTOS. Procure sempre seguir como está indicado no PRÓPRIO DO TEMPO, nas prescrições grafadas em vermelho. Outra sugestão válida para esse Tempo é preparar a oração com antecedência, procurando entender as alternâncias pedidas e dirimindo as dúvidas.

no TRÍDUO PASCAL E OITAVA DA PÁSCOA Tudo está indicado no PRÓPRIO DO TEMPO.

Abraços e até a próxima.


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As diferentes partes que compõem a Liturgia das Horas

A mobilidade das celebrações litúrgicas exige que os livros litúrgicos sejam dinâmicos – compostos de partes distintas – para se adaptarem às suas diversas variantes. A Liturgia das Horas, assim como o Missal Romano e outros livros litúrgicos não fogem a esta regra. Com isso, o leitor-orante precisará, no seu exercício espiritual quotidiano, conectar essas partes, de acordo com as exigências de cada dia, observando as variantes do Tempo, dos Santos, do Saltério etc. Essa talvez seja a grande pedra no caminho dos que querem enveredar na prática do Ofício Divino.

Por isso, para aprender a manusear corretamente a Liturgia das Horas e usá-la com proveito, o primeiro passo é entender sua “arquitetura”.

O Livro da Liturgia das Horas é composto por partes interdependentes, que são as seguintes:

·         PRÓPRIO DO TEMPO – São as partes únicas e exclusivas de cada tempo celebrativo;
·         ORDINÁRIO – Contém as partes fixas e o roteiro das diversas Horas do Ofício Divino;
·         SALTÉRIO – É onde estão organizados, num ciclo de quatro semanas, os salmos e outros elementos básicos do Ofício Divino;
·         PRÓPRIO DOS SANTOS – São as partes únicas e exclusivas de cada celebração dos Santos;
·         COMUNS – contém as partes usadas em comum para as diversas celebrações de mesmo gênero;
·         OFÍCIO DOS FIÉIS DEFUNTOS
·         APÊNDICE – Contém partes específicas para momentos diversos do ano litúrgico.

Nos próximos posts trataremos sobre cada uma dessas partes. Paz!

Diferença entre as edições do Ofício Divino

Ao tratar desse assunto, a primeira pergunta que surge é sobre o conteúdo das edições existentes. No Brasil existem basicamente duas edições disponíveis, todas elas com o selo e a aprovação da CNBB e da Santa Sé. A edição “Liturgia das Horas” é a versão completa do Ofício Divino, sendo composta de quatro volumes independentes, editados e vendidos separadamente. Já o livro intitulado “Oração das Horas” é a versão compacta e resumida do Ofício Divino. Esta versão, destinada principalmente aos leigos, não contém o Ofício das Leituras e as partes exclusivas das orações das nove e das quinze horas. Essa redução foi importante para que se pudesse editar um único volume, de custo mais acessível. No que diz respeito aos textos, não existe diferença entre uma e outra edição, ou seja, aquilo que foi incluído na “Oração das Horas”, é exatamente igual ao que se encontra na “Liturgia das Horas”. Vale, por fim, ressaltar que a “Oração das Horas” EMBORA COMPACTA, NÃO É INCOMPLETA, ela contém, na forma integral as Laudes, Oração das Doze Horas, Vésperas e Completas.

Em resumo, este é o conteúdo das edições do Ofício Divino no Brasil:

ORAÇÃO DAS HORAS: edição compacta do Ofício Divino, com Laudes, Vésperas, Hora Média (Oração das Doze Horas) e Completas para todo o Ano Litúrgico;

LITURGIA DAS HORAS: edição que contém todas as “Horas” que compõem o Ofício Divino - Laudes, Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, Vésperas,  Completas e Ofício das Leituras – subdividido em quatro volumes de acordo com o tempo litúrgico:
VOL. I: Tempo do Advento e do Natal;
VOL. II: Tempo da Quaresma e da Páscoa;
VOL. III: Tempo Comum, da 1ª até a 17ª Semana;
VOL. IV: Tempo Comum, da 18ª até a 34ª Semana;

Estrutura dos Livros da “Liturgia das Horas” e da “Oração das Horas”

Atendendo a reiterados pedidos, me dispus a esclarecer, especialmente aos leigos que se dedicam ao nobre exercício do Ofício Divino, alguns aspectos importantes sobre a estrutura dos livros da Liturgia das Horas e da Oração das Horas, visto que muitos têm encontrado dificuldades capazes até mesmo de fazê-los desistir. Começo então, pausadamente, a tentar explicar o “funcionamento” dessa maravilhosa e complexa estrutura literária, verdadeiro tesouro de espiritualidade da Igreja que é o Ofício Divino ou Liturgia das Horas. Peço a todos que postem as dúvidas que ainda persistem ou esclarecimentos nos comentários deste blog ou através do costumeiro e-mail: liturgiadashoras@liturgiadashoras.org.

Grande abraço, na paz de Cristo, Senhor!
Helber – www.liturgiadashoras.org  





sábado, 26 de outubro de 2013


"O grande artífice e Senhor de tudo ordenou que estes seres todos se fizessem em paz e concórdia, beneficiando a tudo, porém, com superabundância, a nós, que nos refugiamos em sua misericórdia." (da carta aos coríntios, de São Clemente I, papa - extraído da Liturgia das Horas) Posted by Hello

"Os guardas dos ventos no tempo marcado executam seu encargo sem obstáculo; também as fontes perenes oferecem sem falhas sua abundância para o sustento da vida humana; e os animais pequeninos fazem seus agrupamentos..." Posted by Hello

"A grandeza do mar imenso, reunida em ondas por sua determinação, não ultrapassa os limites postos a seu redor, mas como lhe ordenou, assim faz..." Posted by Hello

"Os céus movidos por seu governo, se lhe submetem em paz; o dia e a noite, sem se embaraçarem mutuamente, realizam o curso que lhes determinou..." Posted by Hello

terça-feira, 13 de março de 2012

QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS (II)

a) A Celebração em comum (II)
É função dos que receberam a ordem sagrada ou que foram investidos de particular missão canônica, convocar e dirigir a oração da comunidade: "Trabalhem para que todos os que se encontram sob seus cuidados vivam unânimes na oração"(CD 15). Cuidem, pois, de convidar os fiéis e formá-los com a devida catequese para a celebração comunitária das principais partes da Liturgia das Horas, sobretudo nos domingos e festas. Ensinem-lhes a dela participarem de modo a fazerem autêntica oração. Por isso, ajudem-nos com a devida instrução a entenderem o sentido cristão dos salmos, de sorte que, pouco a pouco, sejam levados a maior gosto e prática na oração da Igreja.

As comunidades de cônegos, monges, monjas e outros religiosos que, em virtude da Regra ou das Constituições, recitam a Liturgia das Horas na íntegra ou em parte, quer em comum quer em rito particular, representam de modo especial a Igreja orante. Com efeito mostram mais plenamente a imagem da Igreja que, sem cessar e em que se uníssono, louva ao Senhor. Elas cumprem, particularmente mediante a oração, o dever de "colaborar na edificação e progresso de todo o Corpo Místico de Cristo e no bem das igrejas particulares" (CD 33). Isso vale sobretudo para os que que se dedicam à vida contemplativa.

Os ministros sagrados e todos os clérigos, que não estejam obrigados por outros motivos à celebração comunitária, quando vivem em comunidade ou se reúnem, procurem celebrar em comum pelo menos alguma parte da Liturgia das Horas, sobretudo Laudes e Vésperas.

Aos religiosos de ambos os sexos e aos membros de qualquer Instituto de perfeição não obrigados à celebração comunitária, recomenda-se encarecidamente que se reúnam entre si ou com o povo, para celebrarem juntos essa Liturgia, ao menos em parte.

Os grupos de leigos, em qualquer lugar em que se encontrem reunidos, são convidados a cumprir essa função da Igreja, celebrando parte da Liturgia das Horas, seja qual for o motivo pelo qual se reuniram: oração, apostolado ou qualquer outra razão. Convém que aprendam a adorar a Deus Pai em espírito e verdade, antes de tudo na ação litúrgica, e tenham sempre presente que, mediante o culto público e a oração, atingem toda a humanidade e podem fazer muito pela salvação de todo o mundo.

Finalmente, convém que a família, qual santuário doméstico da Igreja, não apenas reze a Deus em comum, mas celebre além disso algumas partes da Liturgia das Horas segundo pareça oportuno, inserindo-se com isso mais intimamente na Igreja.


IGLH 23-27: http://liturgiadashoras.org/instrucao.html

domingo, 4 de março de 2012

QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS (I)

a) Celebração comunitária (I)

A Liturgia das Horas, como as demais ações litúrgicas, não é ação particular, mas algo que pertence a todo o corpo da Igreja e o manifesta e atinge. O caráter eclesial de sua celebração aparece principalmente quando é realizado pela Igreja particular, o que aliás se recomenda de modo especial. É de fato na Igreja particular, com seu bispo, rodeado por seus presbíteros e ministros, que "está verdadeiramente e opera a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo"(CD 11). Embora não estando presente o bispo, o cabido de cônegos ou presbíteros outros, tal celebração deve sempre ser feita, considerando a realidade das horas e, quanto possível, com participação do povo. Isso vale também para os cabidos colegiados.

Celebrem as Horas principais, se possível comunitariamente na igreja, os demais grupos de fiéis. Entre eles se destacam as paróquias, por serem células da diocese, governadas localmente por um pastor que faz as vezes do bispo, e que "de algum modo representam a Igreja visível estabelecida por toda a terra" (SC 42).

Portanto, quando os fiéis são chamados à Liturgia das Horas, e se reúnem, unindo seus corações e vozes, manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo. (IGLH 20-22)