Lectio: Ester 4, 1-17
A rainha Ester estava diante de um momento aterrador. O povo judeu estava condenado ao extermínio. Ela era a única que tinha a possibilidade de salvá-los. Mardoqueu implorou por sua intercessão. Mas houve algo que Ester temeu mais que o extermínio de seu povo: A reprovação do rei. Uma possível pena de morte.
Esta situação amordaçante acomete-nos também hoje, quando nossos privilégios mesmo ínfimos nos impedem de buscar a justiça, de falar em favor dos oprimidos e marginalizados. Quando tememos perder o respeito ou consideração daqueles que julgamos importantes, ferir nossa reputação, perder o cargo ou a promoção.
Entrementes, o conselho do sábio é “abre tua boca em favor do mudo, pela causa de todos os abandonados; abre tua boca para pronunciar sentenças justas; faze justiça ao aflito e ao indigente.”(Prov 31,8-9)
Mardoqueu insistiu:
Não imagines que, por estares no palácio, serás a única a escapar dentre os judeus. Pelo contrário, se te obstinares a calar agora, de outro lugar se levantará para os judeus a salvação e a libertação, mas tu e a casa de teu pai perecereis.
Quando nos conformamos com nossa posição, nos sentido confortáveis diante de tantas práticas abomináveis, corremos o risco de nos tornarmos vítimas do mal que receamos combater. É o preço de lavar as mãos e achar que não há mal nenhum nisso. Pilatos foi tão responsável pela condenação de Cristo quanto os judeus que o acusavam.
Aquele que é sábio usa os privilégios que tem para a prática do bem e não em favor de interesses egoístas. Ë isso que alerta Mardoqueu a Ester: “quem sabe se não terá sido em previsão de uma circunstância como esta que foste elevada à realeza?”
Ester atendeu aos apelos do santo homem dispondo-se a cumprir sua missão. Quanto a nós, deixemo-nos convencer por esta palavra.
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