Partimos da premissa monástica de que a oração nasce da leitura assídua e diligente das Escrituras (Orígenes). A Palavra de Deus é a fonte por excelência da Lectio Divina. Dessa forma, a Liturgia das Horas, por ser composta basicamente de textos extraídos da Sagrada Escritura, além de conter, entre outros elementos, hinos, antífonas e escritos, lapidados na tradição viva da Igreja, é opção privilegiada para o exercício da Lectio Divina.
Nesse processo comunicativo, nos colocamos, primeiramente como receptores, o Espírito Santo como emissor da mensagem, e o principal meio para nos transmiti-la é a Escritura Sagrada.
Mas a voz de Deus ressoa em toda parte:
"Os céus proclamam a glória do Senhor,
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite esta mensagem,
a noite à noite publica esta notícia.
Não são discursos nem frases ou palavras,
nem são vozes que possam ser ouvidas;
seu som ressoa e se espalha em toda a terra,
chega aos confins do universo a sua voz." (Sl 18, 2-5)
Podemos ouvi-lo nos murmúrios da natureza, nos acontecimentos diários, nas obras da arte humana, lê-lo na história, nas canções, na catequese da Igreja...
Para isso é necessário, antes de tudo, silêncio. Não apenas de ausência de palavras, mas de atenção e abandono, de renúncia de expectativas e (pré)conceitos, pois o Senhor irá falar. É a paz que ele vem anunciar (Sl 84, 9).
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