Muitos já ensinaram sobre a Lectio Divina, sua origem, seus passos, seus objetivos. Sobre o tema é fácil de encontrar na Internet, seja em português, seja em qualquer língua. Leia especialmente "Scala Claustralium (A Escada dos Monges)".
Mesmo assim, muitos ainda pedem explicações sobre essa antiquíssima prática. Tentarei então, em pausas, descrever aqui minha própria experiência na prática da Lectio.
Muitos traduzem "Lectio Divina" como "lição" ou "leitura de Deus", "leitura orante da Palavra". Eu a chamo de "leitura sob a inspiração do Espírito", uma vez que a Escritura é a própria voz do Espírito de Deus, e é do Espírito que deve brotar a nossa oração quotidiana (Cf. Rm 8, 26).
Devo chamar a atenção, como estudioso das Letras, que entendo a "leitura" não apenas como uma intelecção de textos escritos, mas como um processo, que começa na decifração dos códigos linguísticos, sejam eles escritos ou não, verbais ou não verbais, e termina na produção de outro texto que flui da mente e do coração através das nossas faculdades, seja da voz, da escrita ou
qualquer outra forma de expressão.
A Lectio Divina é um processo. Como diria o monge Guigo, uma escada. Que leva, em quatro passos, da terra ao céu.
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