Podemos dizer que a Lectio Divina começa, antes, com o esforço de Deus para comunicar-se conosco. É ele quem nos atrai, quem faz o nosso coração arder como aquela sarça no monte Horeb, faz com que nos aproximemos, e, do meio da sarça, nos chama pelo nome: "Moisés, Moisés!" (Cf. Ex 3, 1-6). E nosso primeiro movimento é dizer: "Eis-me aqui! (Ex 3, 4). Quando, enfim, escutamos a voz de Deus, aí começa para nós a Lectio Divina.
À leitura, eu escuto, é que diz o monge Guigo II, explicando o primeiro degrau de sua escada. E, ao prestar atenção, trazemos o conhecimento de Deus para o nosso conhecimento. Decodificamos a mensagem divina para a linguagem humana. Acrescentamos informação do céu ao nosso entendimento terreno.
Através da Lectio, a razão busca sentidos para a mensagem, as explicações para as figuras de linguagem, a localização no espaço e no tempo, o contexto histórico, a intencionalidade discursiva. Colhemos palavras, frases, sentidos, como colhemos flores num jardim.
A "leitura", porém, é apenas o primeiro degrau, a porta de entrada para os outros passos da Lectio Divina.
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