terça-feira, 6 de julho de 2010

Saudade

"Porque te entristeces, ó minh'alma,
a gemer no meu peito?
Espera em Deus! Louvarei novamente
o meu Deus Salvador!" (Sl 42, 5 - LH, II Terça-feira)

É triste quando nos colocamos no lugar do salmista que compõe sua arte no exílio.
Que saudade e melancolia transparecem nas canções. Longe de Sião não havia como adorar o Deus de Israel. Afastado da Montanha santa só restavam as lembranças... E a esperança de reencontrar-se com Deus. E, triste, o salmista
pede:
"Enviai vossa luz, vossa verdade[...] que me levem ao vosso Monte santo[...] Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!" (Sl 42,3a.c-4)
Belas canções brotam do fundo da saudade. Na desolação do exílio nascem do peito profundas súplicas. E nosso coração se deleita na oração inspirada que nos traz as Sagradas Escrituras.

Mas chega a hora (já estamos nela) em que os adoradores verdadeiros adorarão o Pai em espírito e verdade, porque assim quer o pai que sejam os que o adorem. Deus é espírito, e os que o adoram, devem adorar em espírito e verdade. (Jo 4,23-24)

Que bom, Senhor, que aplainastes as montanhas, e instituístes o espírito como lugar de adoração.
E de onde quer que estejamos, quer em Garizim ou em Sião, quer junto com os irmãos ou
recolhidos na solidão, podemos adorar o Pai verdadeiramente e cantar os seus louvores ao som da harpa.

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