segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oratio


Chegamos ao momento da oração.

Como é isso? Só no terceiro degrau oramos de fato?

Mas é o movimento natural da vida!

Quando nascemos, qual a primeira coisa que fazemos antes de soltar o choro? Resposta: inspiramos o ar. Claro! antes de nascer, o oxigênio que nos chegava era através do sangue da mãe. Ao nascer inspiramos pela primeira vez. Ao inspirar, o ar chega aos pulmões, e, através dos pulmões, leva oxigênio a todos os órgãos do corpo.

E então, descobrimos a necessidade de algo que ainda não compreendemos. Por não compreender, choramos. É a única coisa que sabemos fazer. Descobrimos depois que aquela necessidade que nos levou ao choro era de conforto, carinho, alimento...

A Lectio Divina é como esse processo do nascimento.

A leitura é a inspiração. A meditação é quando o oxigênio é espalhado pelo corpo. A oração é o choro.

No Ofício das Leituras de sexta-feira após as cinzas lemos que:
"como uma criança que, chorando, chama sua mãe, a alma deseja o leite divino, exprime seus próprios desejos pela oração e recebe dons superiores a tudo que é natural e visível."(Pseudo-Crisóstomo).

Porque não sabemos orar como convém, emitimos, após inspirar, gemidos inefáveis (Rm 8,26).

Esse gemidos são a expressão do coração que ouviu e mergulhou no mistério. E não importa o tipo, a forma ou a fórmula da expressão. O que importa agora é dizer a Deus...

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